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Surto de Mpox pode se tornar Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional

Doença é altamente contagiosa e já registra 8 mil casos, incluindo 384 mortes somente este ano na África Central, declara OMS.

O sintoma mais característico da doença é uma erupção cutânea | Foto: Instituto Pasteur de Bangui

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está avaliando uma resposta ao surto de Mpox na República Democrática do Congo (RDC). Um comitê de emergência foi convocado para determinar se os casos atuais da doença devem ser novamente classificados como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).


Em julho de 2022, o surto de "varíola dos macacos" foi classificado com o nível mais alto de alerta para destacar a gravidade da situação. No entanto, com a diminuição global dos casos, o status foi rebaixado em maio de 2023. Com o aumento recente dos casos, a OMS considera elevar a crise sanitária ao status de emergência internacional, após a RDC registrar 8 mil casos, incluindo 384 mortes somente este ano.


A infecção, conhecida como Mpox (anteriormente chamada de monkeypox), pode começar com febre, dores musculares e linfadenopatia (inchaço dos linfonodos). O sintoma mais característico da doença é uma erupção cutânea que evolui por várias fases: pápulas (pequenas elevações na pele), vesículas (bolhas cheias de líquido) e, eventualmente, crostas.


A transmissão do Mpox ocorre principalmente através do contato direto com lesões ou fluidos corporais de indivíduos infectados. Também pode ocorrer pelo contato com animais contaminados ou materiais expostos ao vírus. Isso torna a doença um desafio tanto para a saúde pública quanto para o controle de infecções em ambientes com contato próximo entre humanos e animais.



A OMS considera que o aumento no número de casos pode ser atribuído principalmente à disseminação de uma nova variante do vírus, chamada Clade Ib. Esta variante, que está se espalhando na África Central, apresenta uma maior taxa de mortalidade e é mais contagiosa.


A nova variante do vírus pode explicar o elevado número de mortes registradas este ano, com 384 óbitos na RDC e 50 em Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, onde anteriormente não haviam casos relatados. Enquanto a variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, apresentou uma taxa de letalidade inferior a 1%, a nova variante 1b na África Central tem uma taxa de mortalidade superior a 10% entre crianças pequenas.


Comparado com o total global de 185 mortes por Mpox entre janeiro de 2022 e março de 2024, o número de mortes na RDC este ano é significativamente mais alto. O alerta da OMS visa gerar uma resposta internacional coordenada e garantir financiamento para o compartilhamento de vacinas e tratamentos.


Em março do ano passado, o Brasil iniciou uma campanha de vacinação direcionada a pessoas com HIV/aids (PVHA), trabalhadores de laboratório expostos ao Orthopoxvírus (um vírus da mesma família do Mpox) e indivíduos que tiveram contato com fluidos de casos suspeitos.


Tedros Adhanom, Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, publicou no X (Twiter) neste sábado, 10, que na quarta-feira, 14, o comitê dará seu parecer sobre se o surto constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional. Caso for afirmativo, Tedros receberá recomendações temporárias sobre como prevenir e reduzir melhor a propagação da doença e gerir a crise global.

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