A causa do surto pode ter sido ocasionada pelo consumo de mortadela de frango contaminada
Doença é causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum | Foto: APM
Seis casos de botulismo foram registrados no norte da Bahia. Do total de vítimas, quatro eram de Campo Formoso, duas morreram. Dos três pacientes que ainda estavam internados no Instituto Couto Maia, em Salvador, um já teve alta médica. O botulismo é uma doença rara e de alta letalidade, causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum, que atinge o sistema nervoso, provocando paralisia muscular e insuficiência respiratória.
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As autoridades de saúde da Bahia concentram suas investigações nas cidades de Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas, onde ocorreram os casos. A contaminação foi associada ao consumo de mortadela de frango, e a vigilância sanitária está inspecionando estabelecimentos comerciais para recolher lotes suspeitos e verificar as condições de armazenamento. Até o momento, as marcas envolvidas não foram divulgadas. A Sesab também confirmou que as duas mortes ocorreram por critério clínico, sem confirmação laboratorial prévia, o que aumentou a urgência das investigações.
Os sintomas iniciais observados nas vítimas incluem visão turva, dificuldade para falar e engolir, e fraqueza muscular que evolui para paralisia, inicialmente no rosto e posteriormente nos membros. De acordo com a diretora técnica do Instituto Couto Maia, Dra. Geovanna Sabóia, a paralisia flácida é uma característica marcante da doença. Os pacientes internados estão recebendo tratamento intensivo, e dois deles necessitam de ventilação mecânica devido à insuficiência respiratória. O tratamento com antitoxina foi administrado para neutralizar a toxina botulínica.
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e o Ministério da Saúde monitoram a situação de perto, classificando o surto como uma emergência de saúde pública. Ainda de acordo com a pasta um dos três paciente já teve alta médica e dois vieram a óbito. As autoridades destacam que o botulismo é uma doença grave e rara, mas com alta letalidade, principalmente quando não tratada rapidamente. O diagnóstico é feito por meio de análises clínicas e laboratoriais, e a notificação compulsória dos casos é essencial para controlar a propagação da doença.
O aumento repentino de casos na região preocupou especialistas. A infectologista Clarissa Cerqueira explicou que, comparado aos dois casos registrados no ano anterior, o número atual já representa mais do que o dobro, o que justifica o status de surto. Ela também ressaltou que a geografia limitada dos casos indica que a contaminação está concentrada em uma área específica. Métodos de prevenção A vigilância sanitária está inspecionando comércios locais para identificar e recolher produtos suspeitos de contaminação. A prevenção de doenças alimentares começa com práticas adequadas em todas as etapas do manuseio dos alimentos, desde a sua preparação até o consumo. Abaixo estão algumas orientações importantes recomendadas por especialistas em saúde:
Limpeza das superfícies: Sempre desinfete as bancadas, utensílios e equipamentos que entram em contato com os alimentos para evitar contaminações.
Tratamento da água: Para garantir a segurança da água que será consumida, é importante filtrá-la, fervê-la ou adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% por litro. Após adicionar o produto, aguarde 30 minutos antes de utilizá-la.
Inspeção de alimentos enlatados: Nunca consuma conservas que apresentem latas amassadas ou estufadas, frascos embaçados ou embalagens danificadas. Fique atento também a alterações no odor e na aparência dos alimentos.
Cuidado com produtos não regulamentados: Evite comprar alimentos de procedência duvidosa ou de vendedores clandestinos.
Higiene das mãos: Lavar as mãos frequentemente é fundamental, especialmente antes de preparar ou consumir alimentos.
Conservação correta: Armazene os alimentos na geladeira e nunca os deixe fora dela por longos períodos. Quando reaquecer sobras, certifique-se de que sejam aquecidas completamente.
Cozimento adequado: Ferva os alimentos por pelo menos 10 minutos para eliminar possíveis toxinas, garantindo assim uma refeição segura.