Disponíveis no YouTube, as visualizações incluem explicações para orientar os espectadores sobre o que estão testemunhando e incluem versões 360 para permitir que os espectadores olhem ao redor durante a viagem virtual
Os buracos negros são fascinantes e ainda são enigmas envoltos em mistério, apesar dos avanços significativos na compreensão desses objetos nos últimos anos desde sua descoberta em 1964. Mas isso não impede que a tecnologia seja usada para simular uma interação com esses fenômenos cósmicos. Para isso, a NASA disponibilizou uma simulação interativa, através do canal Goddard, no YouTube, para quem quiser viver a experiência de como é cair dentro de um buraco negro.
Essa simulação, dividida em duas partes, permite aos espectadores mergulhar no mistério dos buracos negros. As duas visualizações são divididas em viagens de um minuto renderizadas como vídeos de 360 graus que permitem aos espectadores olhar ao redor durante a viagem e versões estendidas com explicações para orientar os espectadores sobre o que estão testemunhando
O destino da simulação é um buraco negro supermassivo virtual com uma massa 4,3 milhões de vezes maior que a do Sol da Terra, um tamanho equivalente ao gigantesco Sagittárius A*, localizado no centro da nossa galáxia, a Via Láctea.
A primeira simulação mostra o observador se aproximando-se do buraco negro a cerca de 640 milhões de quilómetros de distância e a cair rapidamente em direção ao horizonte de eventos – um limite teórico conhecido como “ponto sem retorno”, onde a luz e outras radiações já não conseguem escapar. Tal como o Sagittarius A*, o horizonte de eventos da simulação abrange cerca de 26 milhões de quilómetros.
Estruturas de nuvens chamadas anéis de fótons e uma nuvem plana e rodopiante de gás quente e brilhante chamada disco de acreção que circunda o buraco negro servem como referência visual durante a queda. À medida que a câmera atinge a velocidade da luz, o disco de acreção fica mais distorcido à medida que o espaço-tempo se deforma.
Uma vez dentro do buraco negro, o observador corre em direção ao centro unidimensional do buraco negro, chamado singularidade, onde as leis da física como as conhecemos deixam de existir.
Já na segunda simulação mostra o espectador escapando por pouco do buraco negro.
Os astrônomos dividem os buracos negros em três categorias gerais com base na massa: massa estelar, supermassiva e massa intermediária.
Buracos negros de massa estelar , que se formam quando uma estrela com mais de oito vezes a massa do Sol fica sem combustível e seu núcleo explode como uma supernova, são ainda menos ideais para cair do que sua contraparte supermassiva, explicou Schnittman.
“Se você tiver escolha, você vai preferir cair em um buraco negro supermassivo”, disse Schnittman em comunicado. “Os buracos negros de massa estelar, que contêm até cerca de 30 massas solares, possuem horizontes de eventos muito mais pequenos e forças de maré mais fortes, que podem destruir objetos que se aproximam antes de chegarem ao horizonte.”
Isto ocorre porque a atração gravitacional na extremidade de um objeto mais próximo do buraco negro é muito mais forte do que na outra extremidade. Os objetos em queda se esticam como macarrão, um processo que os astrofísicos chamam de espaguetificação . Para este buraco negro simulado, levaria apenas cerca de 12,8 segundos para o observador chegar ao seu fim por espaguetificação.
A simulação alternativa mostra um observador orbitando próximo ao horizonte de eventos, mas escapando em segurança antes mesmo de cruzá-lo.
Se um astronauta voasse numa nave espacial nesta viagem de ida e volta de 6 horas, o explorador regressaria 36 minutos mais jovem do que aqueles que permaneceram numa nave-mãe distante, explicou a NASA. Isso se deve ao fato de o tempo passar mais lentamente perto de uma forte fonte gravitacional.
“Esta situação pode ser ainda mais extrema”, disse Schnittman. "Se o buraco negro girasse rapidamente,o astronauta retornaria muitos anos mais jovem que seus companheiros."