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Poliomielite: saiba quais são as mudanças no novo esquema vacinal contra a doença

Não há tratamento específico para a poliomielite e apesar da doença afeta principalmente crianças menores de cinco anos, também pode infectar adultos, sendo a vacinação o único meio de prevenção.

As sequelas da doença podem incluir paralisia permanente, problemas nas articulações, crescimento desigual das pernas, além de dificuldades na fala e deglutição | Foto: SES


A partir de 4 de novembro de 2024, entra em vigor o novo calendário de vacinação contra a poliomielite no Brasil. O Ministério da Saúde substituirá as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) por uma única dose da vacina inativada poliomielite (VIP), mantendo as três doses iniciais da VIP. A mudança foi discutida e aprovada pela Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), com participação de representantes de sociedades científicas, Conass, Conasems, além do acompanhamento da Opas e OMS, o novo calendário deverá ser padronizado globalmente.



Existem duas vacinas principais contra a poliomielite: a oral (VOP) e a injetável (VIP). A VOP, embora eficaz, pode, em raros casos, causar poliomielite paralítica associada à vacina (VAPP). A VIP, que contém o vírus inativado, é mais segura, especialmente para crianças com problemas imunológicos. Desde 2016, o esquema vacinal no Brasil incluía a VIP nas três primeiras doses (aos 2, 4 e 6 meses), enquanto as doses de reforço (aos 15 meses e aos 4 anos) eram feitas com a VOP. Agora, o esquema será composto inteiramente pela VIP:


  • 2 meses: 1ª dose (VIP)

  • 4 meses: 2ª dose (VIP)

  • 6 meses: 3ª dose (VIP)

  • 15 meses: dose de reforço (VIP)


Não há tratamento específico para a poliomielite, a vacinação é o único meio de prevenção e, por isso, campanhas de conscientização são essenciais para esclarecer a população sobre os benefícios dessa mudança e combater a hesitação vacinal. Caso o esquema vacinal não esteja completo, procure uma unidade de saúde para garantir a proteção contra a poliomielite.


Características, Transmissão e Sequelas


A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que afeta principalmente crianças menores de cinco anos, mas também pode infectar adultos. A transmissão ocorre por contato direto com fezes ou secreções respiratórias de pessoas infectadas. Em casos mais graves, o vírus ataca o sistema nervoso, causando paralisia nos membros inferiores. As sequelas podem incluir paralisia permanente, problemas nas articulações, crescimento desigual das pernas, além de dificuldades na fala e deglutição. Essas complicações não têm cura, mas podem ser diminuídos em tratamentos com fisioterapia e medicamentos para aliviar dores musculares e articulares.


Sintomas e diagnóstico


Os sintomas da poliomielite variam desde quadros assintomáticos até complicações graves, como paralisia. Entre os sinais mais comuns estão febre, mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo, vômitos, diarreia e rigidez na nuca. Nos casos de poliomielite paralítica, os pacientes apresentam fraqueza muscular repentina, geralmente nos membros inferiores. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como a análise de amostras de fezes para identificar o vírus. Exames adicionais, como eletromiografia e análise do líquor, ajudam a descartar outras doenças neurológicas.


Vigilância e risco de importação


A poliomielite ainda é endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. O risco de importação do vírus representa uma preocupação global, tornando essencial a manutenção de altas taxas de imunização e vigilância epidemiológica. A introdução da vacina oral poliomielite (VOP) em 1977 foi crucial para a eliminação da poliomielite no Brasil, que não registra casos da doença desde 1989. Em 1994, as Américas foram certificadas como a primeira região livre de poliomielite no mundo. Embora o Brasil não tenha registrado a circulação do poliovírus selvagem desde então, o país permanece vigilante, monitorando casos de paralisia flácida aguda (PFA), um dos principais sinais da infecção pelo poliovírus, em crianças como parte das ações preventivas. Todo caso suspeito deve ser notificado e investigado imediatamente.


Prevenção e tratamento


Sem tratamento, a doença só pode ser prevenida com vacina e, embora a pólio seja mais comum em crianças, adultos que não foram vacinados também estão suscetíveis, por isso a importância da imunização para todas as faixas etárias. Além disso, medidas de higiene, como lavar as mãos e consumir água tratada, são essenciais para evitar a contaminação. O cuidado dos pacientes acometidos é baseado no tratamento dos sintomas e nas complicações decorrentes da doença, como a paralisia. A hospitalização pode ser necessária nos casos mais graves.

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