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Os polos da Terra: luz, escuridão e vida em condições extremas

Temperaturas severas, escuridão polar, Sol da meia-noite e auroras boreal e austral são algumas das características marcantes que tornam os polos da Terra lugares fascinantes.

Hemisfério Sul e Hemisfério Norte | Foto: representação do Google Earth


Os polos Norte e Sul da Terra, localizados nos Hemisférios Setentrional e Meridional, são regiões polares caracterizadas por condições climáticas extremas. No Hemisfério Norte, a região polar é conhecida como Ártico, composta por grandes bancos de gelo flutuante no Oceano Glacial Ártico, enquanto no Hemisfério Sul, o continente Antártico é coberto por uma espessa camada de gelo. As temperaturas nessas regiões podem variar drasticamente: no Ártico, os verões podem ser relativamente amenos, com temperaturas médias que podem atingir 0 °C, enquanto os invernos são extremamente frios, com médias que caem abaixo de -30 °C. Na Antártida, as temperaturas são ainda mais severas, frequentemente atingindo -60 °C durante o inverno, e podem chegar a -30 °C durante o verão. Clique e siga Ciência Elementar no Instagram 

Devido à translação da Terra ao redor do Sol e à inclinação axial de 23,5 graus, os polos experimentam longos períodos de luz e escuridão ao longo do ano. Essa inclinação faz com que os raios solares atinjam os polos em ângulos variados, resultando em variações significativas na quantidade de luz solar recebida durante as diferentes estações. Assim, durante o verão polar, o Sol permanece visível por 24 horas, um fenômeno conhecido como "Sol da meia-noite". Por outro lado, no inverno polar, essas regiões enfrentam meses sem luz solar, caracterizados pela "escuridão polar". No Ártico, esse fenômeno ocorre de maio a agosto, enquanto na Antártida, a escuridão se estende de novembro a fevereiro.

A variação na luz solar tem um impacto direto na vida nessas áreas, afetando tanto os seres humanos quanto a fauna local. A presença de gelo permanente, especialmente na Antártida, influencia a biodiversidade e as atividades econômicas. No Ártico, povos como os inuítes, lapões, Iakoutes e nenets desenvolveram técnicas de sobrevivência adaptadas ao clima severo, utilizando peles de animais e construindo iglus para se proteger do frio. Sua dieta é rica em gorduras e baseada em caça e pesca. Além disso, a iluminação contínua durante o verão polar e a ausência de luz no inverno têm um impacto profundo nos ritmos circadianos dos habitantes, alterando seus padrões de sono, alimentação e atividades diárias, que precisam se adaptar a essas mudanças extremas.

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Na Antártida, a ocupação humana está restrita a bases de pesquisa. O Brasil, por exemplo, mantém a Estação Antártica Comandante Ferraz, que participa de pesquisas sobre o ambiente polar. Além das influências da translação no ciclo de luz e escuridão, os polos magnéticos da Terra, que não coincidem exatamente com os polos geográficos, estão em movimento devido às variações no núcleo terrestre. Isso impacta a navegação, já que as bússolas apontam para os polos magnéticos. O movimento do campo magnético, que pode mudar ao longo do tempo, influencia diretamente a precisão das bússolas e, consequentemente, as rotas de navegação, tornando essencial um monitoramento contínuo das alterações no campo magnético.

A movimentação contínua dos polos magnéticos também está associada a fenômenos como as auroras boreal e austral, que ocorrem devido à interação entre o vento solar e o campo magnético da Terra. Essas luzes coloridas no céu são mais visíveis nas regiões polares, causadas quando partículas do vento solar colidem com a atmosfera terrestre.

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