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Obesidade avança e se torna um dos maiores desafios de saúde no brasil

Endocrinologista alerta para os impactos da obesidade na saúde e reforça a importância de políticas de prevenção e tratamento.

Hábitos alimentares inadequados, falta de exercício e mais tempo de tela contribuem para o ganho de peso | Foto: SBEM


A obesidade se apresenta como um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a previsão para 2025 é preocupante: cerca de 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão acima do peso, dos quais 700 milhões serão diagnosticados com obesidade.


No Brasil, essa realidade também é preocupante. A obesidade aumentou 72% nos últimos 13 anos, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O estudo também revela que a frequência de obesidade é semelhante entre homens e mulheres. Contudo, entre as mulheres, a prevalência da obesidade diminui conforme o nível de escolaridade aumenta, destacando a relação entre educação e saúde.



Para a médica endocrinologista Luciana Oharomari, "a obesidade deve ser encarada como uma doença crônica multifatorial, não apenas relacionada à ingestão calórica excessiva, mas também a fatores genéticos, comportamentais e sociais." Ela acrescenta que esse aumento significativo entre os brasileiros reflete uma combinação de mudanças nos hábitos alimentares e na prática de atividade física, associados à crescente urbanização e ao estilo de vida sedentário.


A obesidade também afeta de forma agravante crianças e adolescentes. Segundo o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde, 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos já apresentam obesidade, enquanto 7% dos adolescentes entre 12 e 17 anos enfrentam o mesmo problema. Oharomari enfatiza a importância de ações preventivas nessa fase da vida, pois "a obesidade na infância tende a persistir na vida adulta, aumentando os riscos de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos".



Ela ainda destaca que “hábitos alimentares inadequados, a falta de atividade física e o aumento do tempo de exposição a telas são fatores que contribuem diretamente para esse cenário, e precisam ser abordados desde cedo para que possamos reduzir esses índices alarmantes”, alerta.


A especialista reforça que o tratamento e a prevenção da obesidade vão muito além de dietas restritivas. "Precisamos promover uma mudança de mentalidade, onde a reeducação alimentar e a prática regular de exercícios físicos sejam incentivadas. Programas de conscientização e políticas públicas eficazes são essenciais para reverter esse quadro”, reforça a especialista.

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