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MIT revela novo transistor com material ferroelétrico

O transistor é capaz de alternar entre cargas positivas e negativas a velocidades de nanossegundos, mantendo seu desempenho mesmo após 100 bilhões de trocas.

Duas camadas ultrafinas de nitreto de boro deslizam uma sobre a outra com aplicação de um campo elétrico | Imagem: P. Fraundorf (MU)

Cientistas do MIT anunciaram um avanço na eletrônica com a criação de um transistor usando um material ferroelétrico ultrafino. O projeto, cujos resultados foram publicados recentemene na revista Science, liderado pelos físicos Pablo Jarillo-Herrero e Raymond Ashoori, indica que este transistor pode ter um efeito significativo na tecnologia atual.


O material é composto por camadas finas de nitreto de boro, organizadas em uma configuração nova. “Então o milagre é que, ao deslizar as duas camadas alguns angstroms, você acaba com eletrônicos radicalmente diferentes”, diz Ashoori. Esse arranjo permite que o transistor troque cargas rapidamente e mantenha seu funcionamento após 100 bilhões de trocas. A espessura do material possibilita uma maior densidade de armazenamento e uma eficiência melhor. “Ultrafino é igual a voltagens ultrabaixas”, acrescenta Ashoori. Clique e siga Ciência Elementar no Instagram

Embora os testes tenham sido realizados com um único transistor, os resultados mostram que suas capacidades atendem ou superam produtos produzidos com convencionais da indústria. Pablo Jarillo-Herrero observa: “No meu laboratório, fazemos principalmente física fundamental. Este é um dos primeiros, e talvez mais significativos, exemplos de como a ciência básica levou a algo que pode ter um grande impacto nas aplicações.”

A equipe enfrenta desafios na produção em larga escala do material. “Se as pessoas pudessem cultivar esses materiais na escala de wafer, poderíamos criar muitos, muitos mais”, afirma Kenji Yasuda. O projeto recebeu apoio de várias instituições e fundos de pesquisa, incluindo o Escritório de Pesquisa do Exército dos EUA e a Fundação Nacional de Ciências dos EUA.

O desenvolvimento deste material pode levar a inovações na eletrônica. Kenji Yasuda destaca que “há muita física interessante por trás disso” que pode ser explorada. A equipe continua a investigar novas possibilidades e aplicações, enquanto questões sobre o funcionamento do material e alternativas para sua ativação ainda são estudadas.

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