As informações coletadas pelo GLM ajudam pilotos e controladores de tráfego aéreo a buscar rotas mais seguras durante as tempestades, especialmente em áreas sem cobertura de radar.
Nave espacial GOES-19 equipada com GLM em órbita geoestacionária da Terra | Foto: Divulgação NOAA
O Mapeador Geoestacionário de Raios (GLM) já está transmitindo imagens meteorológicas das Américas a partir do satélite GOES-19 da NOAA, lançado em 25 de junho de 2024. Este é o mais recente e último satélite da série GOES-R, que inclui também os modelos GOES-17 e GOES-18, e tem como objetivo aprimorar a previsão do clima para o hemisfério ocidental, após quase uma década de desenvolvimento.
O GLM, que anteriormente operava no GOES-16 desde 2018, é um avançado detector de luz que mapeia a atividade de raios nas Américas e nas áreas oceânicas adjacentes. Ele fornece informações sobre a frequência, localização e abrangência das descargas elétricas, para identificar tempestades severas e ciclones tropicais.
Recentemente, o GLM registrou intensa atividade de raios em dois furacões significativos. No dia 24 de setembro de 2024, durante a formação da tempestade tropical Helene no Mar do Caribe, foi detectada uma grande quantidade de raios. À medida que Helene se intensificava, relâmpagos foram observados em várias partes da tempestade, incluindo áreas da parede do olho.
Duas semanas depois, o GLM identificou outra tempestade que se transformou no furacão Milton. Durante seu desenvolvimento, ventos fortes e um aumento na atividade de chuvas foram registrados, levando os meteorologistas a emitir alertas. À medida que Milton se intensificava, muitos raios foram observados na parte central da tempestade, indicando a formação de um núcleo interno forte. Essa intensificação levou a inundações e formações de tornados na Flórida em 9 de outubro, quando o furacão atingiu a costa na categoria 3.
Essas condições representam riscos também para a aviação, já que tempestades com grande atividade elétrica costumam estar associadas a ventos turbulentos. As informações coletadas pelo GLM ajudam pilotos e controladores de tráfego aéreo a desviar voos, aumentando a segurança, especialmente em áreas sem cobertura de radar.
Além de contribuir para a segurança da aviação, as medições do GLM são fundamentais para entender a intensidade e o tamanho dos ciclones tropicais, o que auxilia os meteorologistas na previsão do comportamento dessas tempestades. O GLM monitora o movimento do ar quente nas tempestades, permitindo análises contínuas a partir de sua posição em órbita.
Desde que o GLM começou a coletar dados a partir do GOES-16 em 2018, essas informações se tornaram essenciais para o acompanhamento de tempestades, permitindo que os meteorologistas monitorem a atividade de raios com grande precisão devido à rápida atualização dos dados.
Atualmente, o GOES-19 ainda está passando por alguns testes e ajustes finais, por isso, as imagens coletadas durante esse período pós-lançamento devem ser considerados preliminares e não operacionais. A NOAA planeja que o GOES-19 substitua o GOES-16 como o satélite responsável pela monitorização do lado leste dos EUA em abril de 2025.