De acordo com o estudo, uma expansão na cobertura vacinal contra 23 patógenos específicos poderia diminuir o uso de antibióticos em até 22%.
OMS aponta que cerca de 5 milhões de pessoas morrem anualmente devido à resistência bacteriana | Foto: Myke Sena/MS
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca um problema crescente de saúde pública: a resistência antimicrobiana (AMR). A entidade chama a atenção para o potencial das vacinas em reduzir a necessidade do uso de antibióticos. Segundo os dados apresentados, se a cobertura vacinal fosse ampliada para combater 23 patógenos específicos, o consumo global de antibióticos poderia diminuir em até 22%, ou cerca de 2,5 bilhões de doses anuais – volume calculado com base nas doses diárias administradas para tratar infecções.
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A resistência antimicrobiana surge quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se tornam cada vez mais resistentes a medicamentos, dificultando o tratamento eficaz de infecções. Esse problema é intensificado pelo uso inadequado de antibióticos e tem sérias consequências: a OMS estima que a AMR está associada a aproximadamente 5 milhões de mortes por ano.
O relatório também aponta que aumentar o uso de vacinas já disponíveis para doenças respiratórias poderia salvar 106 mil vidas anualmente. Além disso, vacinas em desenvolvimento contra a tuberculose e a bactéria Klebsiella pneumoniae têm o potencial de evitar mais de meio milhão de mortes.
Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou que “o enfrentamento à resistência antimicrobiana começa com a prevenção de infecções e as vacinas estão entre as ferramentas mais poderosas para isso”. Ele destacou ainda a importância de ampliar o acesso a vacinas e de continuar desenvolvendo novas, especialmente para doenças graves como a tuberculose, com o objetivo de salvar vidas e reduzir o impacto da AMR.