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Tempestade e fumaça das queimadas transformam o dia em noite no Rio Grande do Sul

Nuvens densas associadas a uma frente quente, agravadas pela fumaça de queimadas, são as causas da escuridão repentina.

Pelotas, por volta das 11h, um dos municípios afetados pela tempestade e pela fumaça, ficou totalmente escuro | Foto: acervo


Diversas cidades do Rio Grande do Sul enfrentaram um fenômeno climático incomum, em que o dia virou noite na segunda-feira (23). O escurecimento repentino foi registrado em municípios como Alegrete, Livramento, São Vicente do Sul, Rosário do Sul, Bagé, Jaguarão e Pelotas. Moradores relataram um céu completamente escuro, semelhante ao de uma noite sem luar. Esse cenário ocorreu devido à formação de uma frente quente, que trouxe tempestades intensas, com ventos de até 120 km/h e granizo de diferentes tamanhos.

O principal motivo foi a formação de nuvens com grande desenvolvimento vertical, algumas alcançando mais de 15 quilômetros de altura. Essas nuvens, chamadas de cumulonimbus, se formam quando o ar quente do solo sobe rapidamente, levando vapor de água consigo. Esse vapor se condensa ao subir, formando gotículas de água e cristais de gelo, que bloqueiam a luz solar.

Segundo o MetSul, a luz do sol é dispersa pelas gotículas nas nuvens, e quanto mais espessas e densas as nuvens, menos luz chega ao solo, causando a escuridão. Isso explica por que, mesmo durante o dia, a luminosidade foi drasticamente reduzida, criando uma atmosfera incomum para o horário. Clique e siga Ciência Elementar no Instagram 

Imagens de satélite mostraram nuvens extremamente altas sobre a Metade Sul do estado, com topos atingindo temperaturas de até -80ºC, indicando grandes quantidades de gelo e água. Esses fatores foram os principais responsáveis pela redução da luz solar.

Além disso, outro fator agravou a escuridão: a fumaça na atmosfera. De acordo com a NOAA, uma camada densa de fumaça, originada por queimadas no norte da Argentina e em outras regiões da América do Sul, se espalhou pela região. A fumaça intensificou ainda mais o bloqueio da luz solar, contribuindo para a escuridão observada.

Meteorologistas destacaram que essa combinação de nuvens densas, fumaça e a frente quente em movimento pela região aumentou a instabilidade, favorecendo a formação de tempestades severas. À medida que o temporal passava, a escuridão diminuía, mostrando que a redução da luz estava diretamente ligada à intensidade da tempestade.

A junção de uma frente quente, nuvens de grande altitude e a fumaça de queimadas criou condições ideais para transformar o dia em noite, mesmo que por um curto período. Esse fenômeno tem ocorrido repetidamente no Rio Grande do Sul ao longo de setembro. No início do mês, o estado já havia registrado fortes chuvas, raios, granizo, escuridão durante o dia e má qualidade do ar em cidades como Porto Alegre e Caxias do Sul, onde também houve queda de granizo. A presença da fumaça intensificou a redução da luz solar, escurecendo ainda mais o dia. Outro fator que agravou a escuridão foi a fumaça na atmosfera. De acordo com a NOAA, uma camada densa de fumaça, originada por queimadas no norte da Argentina e em outros países da América do Sul, se espalhou pela região, intensificando o bloqueio da luz solar e contribuindo para a escuridão observada.

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