A queda hormonal pode comprometer a qualidade de vida, afetando a libido e a disposição, além de levar a problemas como fadiga, perda de massa muscular e depressão.
A condição tem maior prevalência em homens acima dos 40 anos, sendo a obesidade um dos principais fatores de risco | Foto: Instituto Urologia SP
Com o crescente aumento da obesidade no Brasil, um problema de saúde que tem ganhado mais atenção é o hipogonadismo masculino secundário à obesidade, conhecido como síndrome de Mosh. Essa condição afeta diretamente a produção de testosterona, o principal hormônio sexual masculino, e pode trazer sérios prejuízos à saúde física e mental dos homens. Além dos efeitos na libido e na disposição, essa queda hormonal também pode comprometer a qualidade de vida, levando a problemas como fadiga, perda de massa muscular e depressão.
Para entender melhor essa condição e seus impactos, consultamos a médica Valéria Armando André, especialista em abordagem integrativa, que lida diariamente com pacientes que sofrem com distúrbios hormonais.
O que é a síndrome de Mosh?
“A síndrome de Mosh é um tipo de hipogonadismo secundário, desencadeado pela obesidade. Quando há acúmulo de gordura visceral, especialmente na região abdominal, ocorre uma desregulação hormonal que diminui a produção de testosterona nos homens”, explica a médica. “Isso pode gerar uma série de sintomas, como cansaço extremo, baixa libido, alterações no humor e dificuldade em ganhar ou manter massa muscular.”
Pesquisa: prevalência de hipogonadismo no Brasil
Um estudo recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que cerca de 35% dos homens obesos no Brasil sofrem com algum grau de hipogonadismo, incluindo a Síndrome de Mosh. A pesquisa revela que a condição tem maior prevalência em homens acima dos 40 anos, sendo a obesidade um dos principais fatores de risco. Além disso, os dados destacam que muitos homens não reconhecem os sintomas do hipogonadismo, o que dificulta o diagnóstico e tratamento adequado.
Famosos que enfrentam a síndrome de Mosh
Nos últimos anos, alguns homens conhecidos publicamente falaram sobre seus desafios com o hipogonadismo relacionado à obesidade. Um dos casos mais notórios é o do cantor Robbie Williams, que já mencionou em entrevistas que a condição afetou sua vida pessoal e profissional, causando problemas de saúde que o levaram a buscar tratamento hormonal.
Outro famoso que admitiu publicamente sofrer com distúrbios hormonais devido ao peso foi o ex-jogador de futebol Diego Maradona. O ícone do futebol enfrentou sérias complicações relacionadas ao excesso de peso, incluindo sintomas associados ao hipogonadismo.
Tratamento e melhoria da qualidade de vida
A especialista enfatiza que, apesar de ser uma condição séria, a Síndrome de Mosh tem tratamento. “A terapia de reposição hormonal, aliada a mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos e a reeducação alimentar, pode ajudar a reverter o quadro”, afirma. “Muitos homens que passam por esse tratamento relatam uma melhora significativa na disposição, no humor e no desempenho sexual, o que impacta diretamente sua qualidade de vida.”
Com o aumento dos casos de obesidade no país, é essencial que os homens fiquem atentos aos sinais de hipogonadismo e busquem ajuda médica especializada para tratar o problema o quanto antes.