A Neuralink pretende esculpir o crânio dos pacientes para reduzir a tensão nos fios e o controle da concentração de dióxido de carbono no sangue durante as cirurgias
Elon Musk e sua equipe repassando instruções com um modelo de cérebro Foto: Reprodução/Neuralink
A Neuralink, empresa especializada em neurotecnologia, anunciou recentemente que realizará a segunda cirurgia de implante cerebral em um paciente humano na próxima semana. O primeiro paciente a receber o implante cerebral desenvolvido pela organização foi Noland Arbaugh, que ficou tetraplégico após um acidente de mergulho em 2016
A cirurgia do segundo paciente que participaria do teste humano, inicialmente agendada para junho, foi adiada quando ele apresentou problemas de saúde não especificados que contraindicavam o procedimento. Em maio, a Neuralink também enfrentou desafios técnicos com o primeiro paciente, quando fios minúsculos, conectando o cérebro ao implante, se soltaram, criando um contratempo, exigindo a atenção da equipe técnica.
O implante da Neuralink utiliza fios extremamente finos para captar sinais cerebrais e traduzi-los em ações digitais. Esses fios são inseridos no cérebro para captar sinais neurais com precisão. Quando os fios se soltaram, a funcionalidade do implante foi comprometida. Após a correção do problema, o dispositivo voltou a operar normalmente, permitindo ao paciente realizar tarefas digitais complexas através do pensamento, como controlar um mouse e jogando xadrez online..
“Depois que você faz a cirurgia cerebral, leva algum tempo para que tecidos se formem e ancorem os fios no lugar, e quando isso acontece, tudo fica estável”, disse o executivo da Neuralink Dongjin Seo durante uma transmissão ao vivo à época no Twitter/X.
Para reduzir riscos em futuros procedimentos, a Neuralink está implementando novas medidas de segurança. Entre essas medidas, estão a escultura do crânio dos pacientes para reduzir a tensão nos fios e o controle da concentração de dióxido de carbono no sangue durante as cirurgias. Essas ações devem aumentar a durabilidade e a segurança dos implantes, garantindo uma conexão estável e duradoura entre o cérebro e o dispositivo
“Nos próximos implantes, nosso plano é esculpir a superfície do crânio de forma muito intencional para minimizar o espaço sob o implante... isso o deixará mais próximo do cérebro e eliminará parte da tensão nos fios”, disse Matthew MacDougall, chefe de neurocirurgia da Neuralink.
Segundo executivos, a Neuralink está desenvolvendo um novo dispositivo que acredita que exigirá metade do número de eletrodos a serem implantados no cérebro para torná-lo mais eficiente chamado Blindsight, que tem como objetivo permitir que pessoas cegas recuperem a visão.
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) concedeu recentemente permissão à Neuralink para iniciar testes em humanos. Esta aprovação foi obtida após a agência levantar preocupações de segurança sobre a tecnologia. Com essa autorização, a Neuralink está apta a continuar seus testes clínicos, avançando no campo da neurotecnologia.