A doença é causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. No Brasil, as formas viral e bacteriana são as mais comuns, sendo a bacteriana a mais grave.
Plano foi lançado às vesperas do Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 5 de outubro | Foto: MS/Laudemiro Bezerra
Em 3 de outubro, o Ministério da Saúde do Brasil apresentou o Plano Nacional para Combater as Meningites até 2030, focando no enfrentamento da doença e no aumento do acesso à vacinação. A data foi escolhida perto do Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 5 de outubro. As ações do Brasil seguem os objetivos globais definidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante o evento, Socorro Gross, representante da OPAS e OMS no Brasil, falou sobre a importância do plano para reduzir os impactos da meningite, especialmente entre as crianças, que são o grupo mais afetado. “O grupo mais atingido pelas meningites na nossa região é o das crianças, com uma morte a cada seis casos, e causando incapacidades para o resto da vida em 1 a cada 5 pessoas”, afirmou. Com este plano, o Brasil também serve como exemplo para outros países das Américas.
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O plano do Brasil segue três metas definidas pela OMS: eliminar epidemias de meningite bacteriana, reduzir pela metade os casos de meningite bacteriana que podem ser prevenidos por vacinas e diminuir em 70% o número de mortes, além de melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes. As ações serão realizadas em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) e estão divididas em cinco áreas principais: prevenção e controle de epidemias, diagnóstico e tratamento, vigilância epidemiológica, apoio aos pacientes e comunicação.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, explicou que o plano foi elaborado após 18 meses de trabalho conjunto entre secretarias do Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a OPAS. Ela também falou sobre a importância do trabalho em parceria entre diferentes instituições e sobre o compromisso do Brasil com o controle da resistência antimicrobiana, tema discutido na Assembleia Geral das Nações Unidas. “Estamos nesse momento, sob a liderança da nossa ministra, com um decreto de um Comitê Interinstitucional de Uma Só Saúde, para pensarmos em uma governança da saúde que é muito mais ampla”, afirmou.
A estratégia de Uma Só Saúde, adotada pelo Ministério da Saúde, tem como finalidade equilibrar a saúde humana, animal e ambiental, com foco no controle da resistência antimicrobiana como uma medida essencial para prevenir as meningites. Durante a cerimônia, pessoas afetadas pela meningite, como a presidente da Associação Brasileira de Combate às Meningites e o atleta olímpico Caio Ribeiro, compartilharam suas histórias e desafios. Representantes do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Conass, do Conasems, da OPAS e da OMS também participaram do evento e reforçaram a importância de uma ação integrada no combate à doença.
A meningite é uma doença causada por vírus, bactérias, fungos e parasitas, e é considerada endêmica no Brasil. As formas viral e bacteriana são as mais comuns em nosso país, sendo a bacteriana a mais grave e mais frequente, segundo a IOC/Fiocruz. A infecção afeta as meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode levar a complicações sérias e até morte. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça intensa e rigidez no pescoço e o tratamento varia de acordo com cada agente causador da infecção. O SUS oferece vacinas contra os principais tipos de meningite bacteriana, incluindo os sorogrupos A, C, W e Y, com destaque para o sorogrupo C, o mais prevalente no país.