Fonoaudióloga especialista em audição destaca a importância da acessibilidade e da inclusão para as pessoas surdas.
Aparelhos auditivos convencionais passaram por uma verdadeira revolução | Foto: Prosom
Nesta quinta-feira, 26 de setembro, o Brasil celebra o Dia Nacional dos Surdos, uma data que destaca a importância da acessibilidade e da inclusão para as pessoas com perda auditiva. A evolução tecnológica tem desempenhado um papel crucial na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, oferecendo soluções cada vez mais avançadas e personalizadas para diferentes graus de surdez.
Nos últimos anos, os aparelhos auditivos convencionais passaram por uma verdadeira revolução. Atualmente, muitos dispositivos contam com conectividade Bluetooth, permitindo que os usuários os conectem diretamente a smartphones, televisores e outros dispositivos eletrônicos. Além disso, a inteligência artificial (IA) está sendo amplamente utilizada para oferecer uma experiência sonora personalizada. “A IA nos aparelhos auditivos permite ajustar automaticamente as configurações de som com base no ambiente em que o usuário está, proporcionando uma qualidade sonora superior e uma experiência auditiva mais natural”, explica a fonoaudióloga especialista em audição, Camila Quintino.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 10 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva, dos quais cerca de 2,3 milhões apresentam perda auditiva severa. Para essas pessoas, as tecnologias de ponta são essenciais para a reintegração social e a melhoria da qualidade de vida.
Além dos aparelhos auditivos convencionais, as inovações também se estendem aos implantes cocleares e próteses osteoancoradas. Os implantes cocleares, que são indicados para casos de surdez profunda, funcionam como substitutos da função do ouvido interno, convertendo sinais sonoros em impulsos elétricos que estimulam o nervo auditivo. “Os implantes cocleares têm proporcionado uma verdadeira transformação na vida de pessoas com perda auditiva severa. Eles permitem que muitos pacientes voltem a ouvir e se comunicar de forma eficaz, o que antes era considerado impossível”, afirma Camila Quintino.
As próteses osteoancoradas, por sua vez, são outra opção para quem tem perda auditiva condutiva ou mista. Elas utilizam a condução óssea para transmitir o som diretamente ao ouvido interno, bypassando as partes danificadas do sistema auditivo. “Essas próteses são uma solução eficaz para aqueles que não se beneficiam dos aparelhos auditivos convencionais, proporcionando uma audição clara e confortável”, explica a fonoaudióloga.
No Brasil, o acesso a essas tecnologias ainda enfrenta desafios, especialmente em termos de custo e disponibilidade no sistema público de saúde. “A tecnologia tem o poder de transformar a experiência auditiva e proporcionar uma vida mais autônoma e conectada para os usuários. Continuar investindo em inovação e acessibilidade é essencial para garantir que todos possam desfrutar do som em sua plenitude”, conclui Camila Quintino.