A quantidade terapêutica mínima desses microrganismos que devem alcançar o intestino é entre 6 a 7 UFC g-1.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Gorgan, no Irã, vem realizando ensaios para o desenvolvimento de produtos probióticos impressos em 3D, em uma abordagem pensada para produzir alimentos funcionais para as próximas gerações.
De acordo com os pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Gorgan de Ciências Agrícolas e Recursos Naturais, os probióticos, microrganismos vivos conhecidos por suas propriedades benéficas à saúde, têm sido cada vez mais reconhecidos por sua capacidade de restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal e modular o sistema imunológico. Probióticos devem ser consumidos em uma quantidade de 8–9 log UFC g-1 diariamente, antes da ingestão, para garantir que uma quantidade terapêutica mínima de 6 a 7 UFC g-1 alcance o intestino.
Para eles, no entanto, para garantir a sobrevivência e funcionalidade dessa quantidade terapêutica mínima necessária desses microrganismos no trato gastrointestinal tem sido um desafio, especialmente durante processos de processamento alimentar e das condições adversas encontradas no intestino. Para superar questões como essas, várias estratégias têm sido desenvolvidas, como o encapsulamento, visando proteger os probióticos e melhorar sua eficácia. Entretanto, muitos probióticos encapsulados perdem sua viabilidade durante o processamento ou no trânsito gastrointestinal, o que limita sua eficácia.
Considerando todas essas limitações, há uma crescente demanda por novas tecnologias que ofereçam uma proteção eficiente para os probióticos em diferentes etapas do processo.
Os pesquisadores de Gorgan trabalham com uma dessas tecnologias emergentes, a bioimpressão 3D, que combina células vivas e biomateriais para produzir estruturas personalizadas.
Essa abordagem tem potencial para proteger os probióticos, melhorar sua eficiência e facilitar sua entrega direcionada no organismo. Além disso, a impressão 3D pode ser utilizada para fabricar cápsulas protetoras que contenham probióticos, oferecendo uma solução para as condições adversas encontradas no processamento industrial e do trato gastrointestinal.
A aplicação de biotintas à base de microrganismos também tem sido explorada como uma forma de produzir construções 3D funcionais contendo probióticos. Essas biotintas podem ser usadas para desenvolver uma variedade de produtos, incluindo alimentos inovadores, biomateriais e produtos de biorremediação.
O estudo esclarece que materiais vivos funcionais contendo probióticos e outros bioativos podem ser obtidos a partir de subprodutos alimentares, contribuindo para uma abordagem mais sustentável no desenvolvimento de produtos.
Segundo Alireza Sadeghi, um dos pesquisadores do projeto, “embora essas tecnologias ofereçam oportunidades promissoras para a proteção e entrega eficaz de probióticos, ainda há desafios a serem superados, como a otimização dos materiais de impressão, a melhoria da qualidade de impressão e o controle das características durante o processamento e pós-processamento”, ressalta.